sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Nota de fevereiro de 1973, do jornal O Estado do São Paulo

Censura na música brega.

A nota diz: "[...] Fontes do DPF informaram também que a música 'pare de tomar a pílula' [de Odair José] está sendo reexaminada na Divisão de Censura, por ordem do general Antônio Bandeira, podendo ter sua divulgação, pelas rádios, proibida"
E foi...

Eu não sou cachorro, não!

(A foto está um pouco ruim, porque é do acervo microfilmado do Estado Público de São Paulo e porque foi tirada com o celular...)

sábado, 31 de outubro de 2009

Manuel Bandeira

Desenho de Cícero Dias, Rio, 1930
(Fotografia tirada do jornal O Estado de São Paulo - Suplemento Literário, janeiro de 1972. A foto é, originalmente, em negativo porque o jornal está microfilmado, e disponível no Arquivo Público de São Paulo, a outra, ao lado, é como seria no jornal impresso).

Quando hoje acordei, ainda fazia escuro
(Embora a manhã já estivesse avançada).
Chovia.
Chovia uma triste chuva de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite.
Então me levantei,
Bebi o café que eu mesmo preparei,
Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando...
- Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei.

(Poema só para Jaime Ovalle - Manuel Bandeira)


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O homem, quando jovem, é só, apesar de suas múltiplas experiências.
Ele pretende, nessa época, conformar a realidade com suas mãos, servindo-se dela, pois acredita que ganhando o mundo, conseguirá ganhar-se a si próprio.
Acontece, entretanto, que nascemos para o encontro com o outro, e não o seu domínio. Encontrá-lo é perdê-lo, é contemplá-lo na sua total e gratuita inutilidade.
O começo da sabedoria consiste em perceber que temos e teremos mãos vazias, na medida em que tenhamos ganho ou pretendamos ganhar o mundo. Neste momento, a solidão nos atravessa como um dardo.
É meio-dia em nossa vida, e a face do outro nos contempla como um enigma. Feliz daquele que, ao meio-dia, se percebe em plena treva, pobre e nu. Este é o preço do encontro, do possível encontro com o outro.
A construção de tal possibilidade passa a ser, desde então, o trabalho do homem que merece o seu nome.

Uma carta de Hélio Pelegrino. (Epígrafe do livro Encontro Marcado - Fernando Sabino)

sábado, 17 de outubro de 2009

Impressões


Chanel


Coco Chanel, fumante inveterada, como yo.
Deu calças as mulheres e talvez tenha sido a grande responsável por prósperos movimentos feministas. Uma revolucionária.
O cartaz do filme que estréia agora em outubro foi proibido em Paris, em abril, porque aatriz aparece segurando um cigarro, o que representa uma "publicidade indireta ao tabaco".
Ainda não vi o filme, mas como soy fumante, não gosto de proibições e Coco Chanel merece respeito, deixo aqui um post só para lembrar da hipocrisia que nos cerca, em absoluto contraste com a história de uma mulher a frente do seu tempo, decidindo seus próprios passos.